sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Magra


Não, eu não esperei ser magra para tentar ser feliz, para arriscar, conseguir algo e não conseguir. Eu comecei arriscar desde sempre, mesmo com os meus 10kg a mais. Estes 10 ou 20kg que me perseguem a vida toda. Na infância, os malditos coleguinhas de sala. Na adolescência, as meninas magras que sempre chamavam a atenção por causa do corpo lindo ou do cabelo bom.
Ah, a calça jeans... Essa danada que sempre me fez sofrer! Eu desejava um jeans lindo, um tênis legal e uma blusa que combinasse com o look que eu via na TV, mas nestes desejos estavam todos os meus problemas. Com os quilinhos fora do lugar, em uma cidade pequena, era simplesmente impossível encontrar o jeans que não fosse de velho. O sapato? Não bastava ser gorda, eu ainda faço a graça de calçar 39.
Antes de entrar na faculdade emagreci 21kg, algo que realmente fez a diferença. Daquele jeans 56 passei a vestir 40, 42, dependia da marca. Os sapatos já cabiam, roupas mais transadas e a auto-estima lá em cima. Não era exatamente magérrima, era normal, mas... Mas aí veio um dia terrível! O cara que eu morria de amores por ele, aquele bonitinho bem vestido e legal que me beijava sempre – e escondido – resolveu namorar. Isso mesmo, de um dia pro outro resolveu namorar uma menina magra do cabelo grande, liso e loiro. A famosa mulher para apresentar para os amigos. Foi uma dor de amor que me atormenta até hoje...
Tempo passado. É claro que, hoje, ainda tento fazer aqueles regimes malucos porque se não engordo mais e volto a não encontrar calça jeans e a poder usar as roupas curtas que eu amo! Não sinto mais a necessidade de me vestir exatamente como as mulheres da TV ou chorar por não ser magrinha. O tal amor até venceu o prazo, deixou marca, mas venceu. Tudo isso passou a acontecer porque, na verdade, o que comecei a fazer foi me aceitar e não me culpar porque estou alguns quilinhos fora do peso. Adoro maquiagem forte, brincos grandes e roupas extravagantes, coisas que eu tinha vergonha de usar simplesmente por ser gorda. Ah, também gosto de ser intensa no que vivo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário