terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Bárbara e os sapatos




           Quando eu era mais nova nunca achava sapatos, meu pé parecia um pão. Não cabia na sandália, na rasteirinha, no chinelo, no tênis... Meu pé chegava a não caber em um tênis! Mas sempre tem uma tia que resolve as coisas. Vinham uns sapatos pra mim lá de Curitiba, que uma parenta de um parente que tinha uma prima que calçava 39/40 comprava em algum lugar. Aí pronto, problema resolvido! Você acha, né?! Nadinha, eu me embelezava, ia para as resenhas e meu pé doía tanto. O pensamento da menina de 12 anos era o seguinte: “Nossa, acho que só pé de mulher gorda dói”. Eu não acreditava que apenas duas horas em cima de um salto fazia o pé doer tanto, é sério.

Passou, de 16 para 17 anos emagreci 20 quilos. Isso não significou que eu estava esbelta, uma Luana Piovani. Significou vestir entre 40 ou 42. Mas... Mas o meu pé continuava doendo! Como já estava mais velha, usava um salto maior ainda e reparava as mulheres dançando, o que para mim significava sem dor no pé. Me lembro de ter ido embora de uma festa de tanto que meu pé doía. Estava com aqueles scarpins, o bico da frente era tão estreito que juntava todos os meus dedos. Nossa, quando cheguei em casa e tirei parecia ter ganhado na Mega  Sena.

Novamente o tempo passou, nessa altura do campeonato já estava na faculdade e o pezinho 39? Ia para Monalisa e chegava em casa só o lixo. Depois de um ano morando em Valadares conheci uma mulher que mudou minha vida. Descobri que todos os pés doíam. A Nêga não me fez só descobrir que mulheres magras sentiam as mesmas dores e incômodos que eu, ela me ensinou a ousar mais na maquiagem, diminuir o tamanho da argola, que algumas roupas deveriam ser mais compridas e que o bacana é ser mulher moderna e independente. Me lembro da Nêga dizendo: “Amiga, deixa eu passar um batom em você, mulher tem que andar maquiada”. Enfim, ela ia para a boate com um sapato lindo do salto enorme, gigante e chegava em casa calçada. Isso mesmo, ela não tirava o sapato dentro do carro, como eu faço quando entro nele. Ela diz: “Meu pé pode sangrar, mas tirar o sapato? Gata, jamais...”

Agora eu já descobri o segredo. Todos os pés doem, doem muito, é só você reparar as artimanhas usadas pelas mulheres pra disfarçar, pra aliviar um pouco. Em uma festa, se a mulher meio que dobrar o joelho, andar mais devagar, ficar parada que nem estátua, escorar demais no namorado (esse disfarce é o mais engraçado), sentar e rodar o calcanhar pode começar a rir. O pé dela está sentindo a dor do parto. Até as que dançam a bebida ajuda a aliviar a dor, mas mesmo assim.  Dor nos pés, meu amor, são para todas!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Meias trocadas

Sempre acreditei no amor. Não aqueles de novela, em que as pessoas se amam e fazem sexo o dia todo. Acredito em um amor mais realista, aquele que a gente briga, odeia de um dia para o outro, grita e diz que vai esquecer, mas depois de algumas horas não se aguenta de saudade, liga e fica horas no telefone falando que ama. Eu inclusive digo em alto e bom som que quero casar, ter filhos, cuidar da casa, do marido, acordar de manhã para fazer café, passar roupas, vida de Amélia mesmo.
Só que agora... Agora eu quero me permitir um pouco, conhecer gente diferente, descansar da canseira que o AMOR dá. Quero não dar muita importância ou valor para algumas pessoas. É que a dedicação cansa. Demora, mas você cansa. Pode não deixar de amar, ou simplesmente odiar, aquele ódio que significa amor escondido. A gente cansa de esperar o telefone tocar, a carta chegar pelo correio, a janelinha do MSN piscar lentamente. Cansa, inclusive, de desejar coisas boas, coisas prósperas, um futuro. Um futuro que você também fez questão de cuidar junto, ou pelo menos tentou e não teve resultado. Às vezes ficamos ocupados demais... Uma pena! Porque não acredito na frase “estou sem tempo”.
É um "eu quero" e um "eu não posso e não quero", a cabeça que fica uma confusão que ... Ufa,  tem que ter um jeito do tempo curar a confusão, que nem Omo tira sujeira das roupas de criança sapeca. Ah, vai passar mesmo! Pode ficar uma lembrança boa ou ruim, ou não ficar nada, nadinha. “O tempo não para”, a cabeça da gente não para, o mundo não para.  E se ele girar, rodar, atravessar, pular e voltar pro mesmo lugar? É como se você não quisesse mudar e ficasse o tempo todo olhando no espelho e enxergasse somente os quilinhos a mais. E cá entre nós, odiamos os quilinhos a mais! Até amor demais estressa. Se não te estressar, te tira do sério.  E se voltar ao tempo te fizer bem e não mal? Aí! Tá vendo eu confundindo tudo de novo?
Sem  empolgação, sem planejar, sem querer, sem desejar, só deixar acontecer. Mas a gente quer fazer acontecer, e é exatamente nestas horas que trocamos os pés pelas mãos, que calçamos as meias trocadas. Mas e se eu quiser andar com as meias trocadas com um pé de uma cor e o outro de outra cor?  E se eu quiser tomar banho de chuva, usar luvas e tirar o óculos de sol? Se a gente se machucar e ficar com medo da chuva, de ser uma pedra sempre parada no mesmo lugar? Ah Raul,  “ dos amores que a vida me trouxe e eu não pude viver (...), e ninguém neste mundo é feliz tendo amado uma vez”.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Quem tem medo do Lobo mau?



Hoje resolvi falar de sexo e luxúria. Pode ser chamado também de um papo mais ousado, para aqueles que preferem andar com uma viseira. Prazer, vamos falar de putaria! É, a maioria das pessoas – e claro que às vezes me encaixo nessa maioria – tem medo de falar de sexo, a palavra proibida. Engraçado como tem gente que fica vermelha, outras preferem não tocar no assunto, “é algo muito pessoal”, e por aí vai. O fato é que o tema chama atenção. Quem nunca quis saber o nome de um sabonete íntimo, um gelzinho, spray do amor, beija bem?! Ou rolou de rir com o filme De Pernas Pro Ar, da Ingrid Guimarães? Sugestivo, não?!

Uma loja de sex shop é algo engraçado, interessante, diria encantador. É meio que descobrir como melhorar o que já é bom! Já reparou que a maioria conhece, sabe onde é, ouviu falar, mas é porque uma amiga ou amigo passou por lá, coisa rápida, sem importância? Existe um tabu, medinho, vergonha em torno do assunto, é só se soltar, se permitir e pronto, a palavra deixa de ser perigosa e passa a ser mágica. Para a vítima, aprenda a fazer a ameaça de correr do Lobo Mau ser divertida.

Já dizia a Tia Marta, “relaxa e goza”! Não há como não gostar de algo que você não conheça, nunca tenha experimentando e tem medo porque nunca viu ou sua religião não permite. Se joga, fofa! O espertinho do Aurélio define luxúria como, lascívia, sensualidade. E cá entre nós, não há homem que resista a sensualidade. Não tem que ficar com medo por ser gordinha, magrinha, fora dos padrões de beleza estipulados pelos outros. A beleza está em outro lugar, que no final das contas a gente acaba encontrando.

Então, use aquele pozinho do amor, passe o gel de morango, fique com quem você gosta ou está afim de um jeito diferente. Ouse. Afinal, todo mundo tem um lado devassa!

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Tudo muda...

Quero mudar não só de lugar, quero mudar de roupa, de sapatos, de cabelo e de pensamento. Quero voar todos os dias, mas quero estar com os pés no chão na hora de dormir. Quero que aconteça uma mudança extremamente radical, quero inclusive jogar meu chip fora e perder o número do telefone das pessoas da minha agenda – e que isto aconteça com o meu MSN também. A meta é repaginar, conseguir fazer novos amigos e que a saudade só vá bater daqui uns dois ou três anos, quando a ferida já não estiver mais aberta e, sim, cicatrizada para que não entre nem saia mais nada e nem ninguém.

Quero continuar tomando porres e vivendo histórias engraçadas, mas que elas sejam novas, em bares e praças diferentes das habituais. “Toda rotina tem sua beleza”, mas toda rotina cansa também. Você cansa de estudar, de assistir Malhação, porque fica velho e a estória é a mesma, só mudam os personagens. Cansa de viver um amor não correspondido e de trabalhar em um local chato que não paga o valor do seu diploma.  Ao contrário de tudo isto, quero ser personagem de histórias diferentes.

A mudança tem suas razões, se muda pelo amor ou pela dor, pelo desejo de ganhar dinheiro ou de aprender. O motivo da minha mudança? Todos os motivos juntos! Vou deixar os problemas e tristezas pra trás, mesmo que eles queiram aparecer em um domingo entediante ou um domingo de sol. Começa a partir de agora a construção de uma vida nova. As pessoas mudam de país, de cidade, de perfume (considero essa uma das mudanças mais difíceis), de amor, de religião. As pessoas mudam tudo, as pessoas se mudam e mudam o mundo ao redor delas, deixam esse mundo, que estava preto e branco, colorido que nem caixa de lápis de cera.







domingo, 14 de agosto de 2011

A crise do fim!



Uma vez escutei: “É Bárbara, a dor de amor é a que mais dói e mais demora a passar”. E o pior, é verdade! Primeiro a gente ama, eu particularmente tenho sensações ótimas quando estou perto da pessoa. Adoro a forma como fico mais feminina e tento falar baixo, chega a ser hilário. O problema todo vem quando eu já não consigo mais me dar com os problemas decorrentes e não consigo, por exemplo, deixar que a pessoa vá sem mim, não me leve junto com ela para “dividirmos nossos sonhos”. Fico de cama, choro dias seguidos, tenho dor na garganta, meu cabelo começa a cair, é um inferno. E a gente sempre deve olhar para as pessoas que estão ao nosso lado sorrindo e de bom humor. Acho que isso chama-se TPM do amor mal resolvido.

Você conversa, explica, ouve, tem horas de DR, chora mais, soluça, chora gritando e diz a famosa frase: “ Mose, a gente não vai brigar nunca mais, né?  Nunca mais porque eu te amo”. Venhamos e convenhamos, esse “nunca mais” dura no máximo um mês. A DR não serviu pra nada e nada muda, talvez uma pequena evolução na forma de dizer EU TE AMO de ambas as partes, mas nada que evite uma briga por ciúmes ou falta de atenção. Este momento do quase fim é quando estamos nos vendo como lugar de conforto para cada um, não como casal.

Pronto! Passou! Vocês terminaram e esta consegue ser uma fase pior do que a crise ou o amor não resolvido, o nó que não aperta e nem desata. Sabemos exatamente o que não deve ser feito como telefonemas, explicações, ciúmes e pensar. Tá aí a grande dificuldade, ficamos com o celular na mão esperando receber o telefonema, que por mais que não atendamos ou sejamos grossas na ligação estamos super felizes, isso quer dizer: Ele sentiu minha falta. Mas a realidade bate na porta de uma maneira bem indelicada. Sentir falta não significa que ele queria te beijar, te fazer carinho, transar com você. Significa que foram tantos anos, tanto tempo juntos que um pouco de cada um fica no outro, independente de término. Ele me ensinou a me amar mais, dar mais valor a minha família, ser paciente, essas coisas.

Para terminar o texto hoje, deixo um pedaço de uma música do Frejat: “Eu procuro um amor que ainda não encontrei, diferente de todos que amei... Eu procuro um amor uma razão para viver e as feridas dessa vida eu quero esquecer... Pode ser que eu gagueje, sem saber o que falar, mas eu disfarço”. FIM!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Magra


Não, eu não esperei ser magra para tentar ser feliz, para arriscar, conseguir algo e não conseguir. Eu comecei arriscar desde sempre, mesmo com os meus 10kg a mais. Estes 10 ou 20kg que me perseguem a vida toda. Na infância, os malditos coleguinhas de sala. Na adolescência, as meninas magras que sempre chamavam a atenção por causa do corpo lindo ou do cabelo bom.
Ah, a calça jeans... Essa danada que sempre me fez sofrer! Eu desejava um jeans lindo, um tênis legal e uma blusa que combinasse com o look que eu via na TV, mas nestes desejos estavam todos os meus problemas. Com os quilinhos fora do lugar, em uma cidade pequena, era simplesmente impossível encontrar o jeans que não fosse de velho. O sapato? Não bastava ser gorda, eu ainda faço a graça de calçar 39.
Antes de entrar na faculdade emagreci 21kg, algo que realmente fez a diferença. Daquele jeans 56 passei a vestir 40, 42, dependia da marca. Os sapatos já cabiam, roupas mais transadas e a auto-estima lá em cima. Não era exatamente magérrima, era normal, mas... Mas aí veio um dia terrível! O cara que eu morria de amores por ele, aquele bonitinho bem vestido e legal que me beijava sempre – e escondido – resolveu namorar. Isso mesmo, de um dia pro outro resolveu namorar uma menina magra do cabelo grande, liso e loiro. A famosa mulher para apresentar para os amigos. Foi uma dor de amor que me atormenta até hoje...
Tempo passado. É claro que, hoje, ainda tento fazer aqueles regimes malucos porque se não engordo mais e volto a não encontrar calça jeans e a poder usar as roupas curtas que eu amo! Não sinto mais a necessidade de me vestir exatamente como as mulheres da TV ou chorar por não ser magrinha. O tal amor até venceu o prazo, deixou marca, mas venceu. Tudo isso passou a acontecer porque, na verdade, o que comecei a fazer foi me aceitar e não me culpar porque estou alguns quilinhos fora do peso. Adoro maquiagem forte, brincos grandes e roupas extravagantes, coisas que eu tinha vergonha de usar simplesmente por ser gorda. Ah, também gosto de ser intensa no que vivo!

terça-feira, 2 de agosto de 2011

As Putas da Afonso Pena

Desde quando cheguei a Valadares ouvia falar das “putas da rua Afonso Pena” ou escutava a expressão “putas da Serra Lima”. A verdade é que antes de ir morar na minha atual república nunca tinha visto elas de perto. Agora as vejo todo dia quando volto do inglês, da caminhada na Ilha ou vou ao supermercado... Lá estão elas! Já as vi combinado programa, discutindo preços e, para nossa lamentação, os caras que alugam o serviço delas são bonitões, andam de carro caro e roupas legais.
Para tristeza da minha mãe e medo dos meus companheiros de república meu faro jornalístico falou mais alto. Tão alto que há dois dias ensaio conversar com elas. Tá bom, há meses ensaio conversar com elas, trocar uma idéia, conhecer mais o mundo das “raparigas” e foi exatamente o que fiz. Conversamos, trocamos a tal idéia que eu tanto queria, falamos de família, diversão e o mais esperado e óbvio: SEXO!
Toda a conversa foi totalmente diferente do que eu imaginava, aliás, nada era como eu previa e esperava. Apesar de não fumar comprei um maço de gudan para oferecer e apenas uma delas fumava. Elas não gostam muito do cheiro do cigarro, da mesma forma que não gostam de ficar com meninos mais novos por problemas higiênicos, ansiedade e desespero deles. Segundo elas, homens mais velhos são melhores de lidar. Levei um susto quando me falaram que apenas 70% dos programas rola sexo, a maioria quer mesmo conversar. Quanto ao preço, para apenas bater um papo ou não são R$ 70,00.
Estávamos na esquina da Afonso Pena com a Belo Horizonte eu e três garotas de programa às 8 e meia da noite, duas de 19 anos e uma de 29. As mulheres eram tão lindas, com rostos que pareciam ser desenhados, o que foi mais uma surpresa pra mim, esperava mulheres velhas, feias e antipáticas. E claro, fiz as duas boas e velhas perguntas: Quando começaram a fazer programa e por quê?  Quanto ao início de tudo, o motivo foi dinheiro pra pagar as contas, comprar roupas, sapatos, leite para os filhos. Todas elas têm filhos, as de 19 (dois filhos cada uma) começaram a se prostituir com 14 e a de 29 (três filhos) e começou com 20 anos.
A cada dez minutos parava um carro e elas me contavam cada história mais bizarra que a outra. Davam gargalhadas gostosas e espontâneas seguidas da frase: “Dá o (...) e beijo na boca só pro namorado, e o máximo de desconto R$ 20,00. A gente nunca ficou sem receber não, mulher de rua faz escândalo”, contaram. Mas o movimento da esquina depende muito da época do mês e a partir do dia 5 as coisas sempre melhoram. Sobre anunciarem no jornal, pelo menos com as que conversei, acham furada. “Quando ligam nem dá pra ver quem é, aqui é no cara a cara. Caso o homem tenha jeito de porco e não queira usar camisinha já era, não rola mesmo!”
Sabe aquela velha história “tal mãe, tal filha” e de “filho de peixe, peixinho é”? Na esquina também acontece. A história é a seguinte: A mãe de uma das meninas era mulher de rua (essa é a expressão que elas usam)  e decidiu parar por um tempo. Neste intervalo a filha começou a se prostituir, por causa disso a mãe voltou pra esquina, ou seja, as duas saem de casa juntas para trabalhar. O que para nós é um escândalo, para elas é normal, simples.
É claro que  tenho muito mais pra contar, aliás, tem coisas que nem posso escrever. E querem saber como terminou? Paradas na esquina uma me perguntou: E se um carro parar aqui agora e quiser ficar com você, você vai? Aceita? Aos risos respondi: Não vai dar, eu sou careta!


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Amor antigo

O amor definitivamente não é algo moderno. Por isso, grande parte das mulheres bem sucedidas e independentes tem na sua vida amorosa um verdadeiro fracasso. Querem um carro, uma casa, uma profissão que dê status, roupas, bolsas e sapatos caros. Depois quando estão velhas e sozinhas se dão conta de que esqueceram de desejar o essencial, AMOR! Se esqueceram de  sonhar em não serem sozinhas no futuro, terem filhos, marido, FAMÍLIA. Eu realmente desconheço alguém que seja feliz sozinho.

Vamos pensar no futuro... Daqui alguns anos precisarei de companhia de um homem, filhos e netos da mesma forma que um velho  hoje precisa de rampas e não de escadas. Pense que as escadas são sexo e rampas amor, ou seja, em alguma altura da vida você precisará trocá-las, porque uma delas já não te fará tão bem ou você não poderá usá-las mesmo.

Tive um amor avassalador, escutei que ele não me merecia. Escutei que não devia dar tanta atenção a ele e, que isso não me faria bem. Imagino que ele também deve ter escutado coisas parecidas ao meu respeito. Mas não viver o tal amor iria nos privar de coisas simples e únicas como: Sentir frio na barriga, ficar bobo quando o telefone tocar e vê o nome da pessoa na tela, conversar como criança, dividirmos nossos sonhos... Tudo isso fez parte de um processo de amadurecimento, estávamos aprendendo amar.

No fim das contas o amor é algo antigo, aquele bíblico, que São Paulo tentou definir dizendo:“ainda que  eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine”. E, é exatamente isso que acontece com quem não ama "se torna frio como metal". Aliás, quem não pode amar, quem não tem amor e não acredita nele está morto há muito tempo.

Não só o fogo que arde sem se ver como dizia Camões, amor é dedicação, compreensão, paciência. Não seja moderno para amar, seja brega. Mas, também não espere que ninguém ao seu redor te entenda, você sabendo que é por amor. E isso basta. Cozinhe para o seu marido ou junto com ele. Conte estórias para  seus filhos, vá ao cinema com seus amigos e brinque dos mesmos jogos de quando eram crianças. Não deseje ser somente independente e ter o carro, deseje ter alguém ao seu lado enquanto dirige pela vida afora.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Faça xixi


E no fim das contas o que é ser feminina? Juro que tenho 24 anos e ainda não descobri isso. Sei que pra ser feminina não posso mijar, tenho que fazer xixi. Mesmo amando usar vestido pra eu realmente ser mulher tenho que usar batom, detestando. Nossa! Muita coisa! Tem que usar perfume suave, falar baixo, ficar com o cabelo escovado 24 horas por dia e sorrir que nem miss. Quando estiver com o peguete, namorado, ficante, como quiser chamar, em uma simples lanchonete a gente tem de ser feminina na hora de pagar a conta, por que? Porque nunca sabemos se é pra rachar a conta ou ficar meiguinha. Em off, eu odeio rachar, sou
machista pra isso.

Próximo passo, mulher nunca, nunca mesmo pode deixar o quarto bagunçado, beber cerveja e comer torresmo vendo um jogo de futebol com as amigas em um bar. Isso é coisa de botinha, não de mocinha. Jamais saia sozinha por querer estar sozinha, chegar aos 30 anos sem um namorado ou marido é ser solteira convicta, ficou pra titia ou tem algo pior por traz. Ao caminhar toda mulher tem que ser sensual, aliás tem que desfilar. Enquanto isso homem pode andar na rua que nem um brucutu e chegar em casa com um cheiro péssimo depois da pelada com os amigos.

Mas a mulher? Esta tem de ser uma Deusa, sempre maquiada, disposta, romântica, educada. Pergunte ao primeiro homem que estiver na sua frente, o que você mais gosta em uma mulher? Uns vão responder seios, mas nem todos olham pros nossos peitos, alguns gostam de sentir nosso cheiro. Mas, convivam com eles, os homens acham não feminino o processo de depilação, hidratação do cabelo, fazer a unha ou ver nossas calcinhas no varal penduradas pra secar. Ainda tem uns, tadinhos, que acham que todas as mulheres do mundo devem usam fio-dental. Coisa ridícula!

Conclusão? A maioria de nós nunca será feminina... acordamos mal humoradas e com bafinho, usamos calcinhas grandes, fumamos, tomamos porre e a maquiagem conseqüentemente irá borrar e sim, nem todas temos os padrões de beleza determinados por eles. É... Para tristeza dos homens machões, nós gostamos de homens inteligentes, aqueles que gostam de ler, conversar e tomar um bom vinho!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

E aí, virou moda?


















De um tempo pra cá não se fala em outra coisa, tudo resolveu virar Bullying. Os apelidos que a maioria de nós ganhou na escola. Isso porque desconheço alguém que nunca teve um apelido que não gostava quando criança, ou virou moda ou é esclarecimento de vários atos violentos que a mídia vem relatando. Penso que não seja exatamente moda, mas que de um tempo pra cá ganhou mais espaço. Conversei com uma pessoa que me contou às conseqüências que isso causou na vida dela. Acredito que várias mulheres têm no Bullying a explicação de muitos traumas atuais.

“Casei sem amor, porque cresci escutado que era gorda e feia. Que nunca arranjaria um marido, um namorado. Foi a coisa mais errada que fiz na minha vida, segurei durante dez anos um casamento com uma pessoas que eu não amava e que não me fazia bem”. Durante a conversa com *Juraci, de 42 anos, bem sucedida, tem duas filhas do casamento infeliz, inteligente e ótima companhia. Ela contou que se casou com seu primeiro namorado por medo da solidão e não consegue se sentir enturmada com as pessoas ou magra, que é como está agora. Após perder 22kg depois de uma depressão ela se olha no espelho e se sente fora dos padrões, as roupas estão caindo mas mesmo assim ela enxerga a *Juraci de 15 ou 20 anos atrás. “No fim das contas obedeci tanto meu marido que hoje tenho dificuldade de escolher a roupa que vai ficar boa em mim ou até coisas mais simples como optar por um determinado canal de TV, sinto que deixei de ter alguém que decida oque é melhor ou não”.

Psicólogos especializados no assunto defendem que as crianças que são vítimas do Bullying muitas vezes não superam totalmente ou parcialmente o trauma sofrido. Um dos motivos é que elas podem crescer com baixa estima, virando um adulto com problemas em relacionamentos, ou assumir um comportamento agressivo no futuro. 

No caso de *Juraci ela ainda não conseguiu superar o trauma dos apelidos que muitas vezes ganhava da própria mãe. Logo, esta dificuldade interferiu em tudo até estreitaram os laços de amizade, não dando oportunidade para que esse assunto seja discutido de uma maneira menos constrangedora, em que ela não sinta vergonha de si mesma. Outro fator que pode ter contribuído é porque *Juraci não se abria com ninguém, só agora que começou a fazer terapia consegue expor sua opinião sobre Bullying.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

"De vento e cinza"















A gente não ama duas pessoas na vida, não mora no mesmo lugar duas vezes, não vê o mesmo filme duas vezes com a mesma visão e novidade da primeira. Hoje fiz algo diferente, passei pelas ruas que passava antes, fui à primeira casa que morei em Valadares, olhei para o lugar que claro, já não era o mesmo. Mas não era só o lugar que parecia mais escuro e triste, sem graça. A mudança estava em mim, eu já não era aquela menina que estava descobrindo a faculdade, as festas da boate, aprendendo a andar numa cidade com 200 mil habitantes a mais que minha, pequena e aconchegante. Nesta voltinha percebi o quanto mudei, aprendi a andar sozinha, com as minhas pernas, escolher ás pessoas que quero perto de mim.
Ah, mas como a gente apanha antes, anda com os “amigos” que deveriam estar do lado de lá, dos que nem sempre estão perto, mas estes sim são amigos. Aprendemos coisas que nem sempre estão nos livros que os casais “Eduardo e Mônica” são mais comuns que pensávamos. De repente me peguei lembrando coisas de 4 anos atrás. Roupas que eu nunca usaria, brincos que hoje jamais fariam parte da minha caixinha de bijuterias. A maquiagem que deixou de ser um batom rosa leve para um vermelho sangue, a coca-cola que aos poucos foi substituída por cerveja, sendo elas boas ou baratas. Aliás, parei de tomar o mundo feito coca-cola, comecei a beber o mundo até ficar de porre, me embebedando de coisas diferentes, de tudo que era novidade. Agora já não vou com tanta sede ao pote, é que ao tomar o mundo feito o Lulu Santos descobri que a água pode derramar. Andar devagar, mas andar...
Uma vez li um texto que falava assim: as relações são “de vento e cinza”. Entendi que isso acontece porque primeiro é montada uma fogueira, essa com lenha forte, ou que parece forte, aos poucos o fogo vai fazendo-a desmanchar e sobram cinzas, estas tão leves que o vento carrega. Mas, na verdade nós que somos de vento e cinza. Não botamos lenha para ficarmos da mesma forma a vida inteira. Passamos por mudanças assim como a fogueira, o vento, este é o tempo que sopra lentamente, mas sopra, quando olhamos para traz começamos a enxergar que não sobra mais nada. Aliás, sobram lembranças.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Mas que saudades da Amélia















Nunca gostei do dias dos namorados, sempre passei ele sozinha, da mesma forma que a árvore não está rodeada de gente dia 21 de setembro. Nem quando tinha um “pseudo namorado” eu passei com ele. Na verdade passei com um amigo do lado nas barraquinhas da catedral em 2009 e ano passado beijando o Super Bonder na Festa a Fantasia. É... Pelo menos Nando Reis cantava: “ por onde andei quando você me procurara” e meu beijo tinha trilha sonora.
Acho que mulher solteira não gosta do 12 de junho porque morre de medo de ficar pra titia. E na verdade está redondamente enganado quem pensa que as mulheres de hoje estão completamente mudadas, não querem casar, ter filhos. Até ás que pensam assim estão erradas. Todas nós já suspiramos de amor por alguém, ou ainda suspiramos por este alguém. No mês de junho é simplesmente impossível não entrar em uma loja qualquer e ver os coraçõezinhos ou abrir um cartão e deixar de pensar: “ Se eu namorasse daria este” ou “ Como queria dar este cartão para...”. Eu desejo sim, casar, ter filhos, buscá-los na escola e cozinhar para o meu marido. Se amar e querer cuidar é ser Amélia, a Mulher Maravilha que me desculpe, EU QUERO É SER AMÉLIA! Meu diploma não vai estar ao meu lado dizendo que me ama na velhice. Muito menos, me abraçar se eu estiver chorando, precisando de colo. Nunca vi diploma nenhum dar beijo de língua, e mesmo fingindo que não, morre de saudade da gente, do nosso cheiro de mulher. Se as mineiras estudam mais e não querem casar, preciso urgente mudar de estado. Como dizia Tim Maia “eu só quero amar”

domingo, 5 de junho de 2011

As razões deste tal amor...

Falar como criança, manhoso, ficar com cara de bobo. Enxergar o mundo colorido ao seu redor. São sintomas de quem está apaixonado. Amar é uma busca constante por alguém que nos completa, que nos entenda e que possamos dividir as angústias e vitórias. É aquela vontade de ficar perto, dormir agarradinho no frio.
É... Mas, tudo tem um começo, e assim é o amor. A primeira fase é a do cortejo, quando a gente quer conquistar alguém e há uma possibilidade deste interesse ser recíproco. O famoso encontro da alma gêmea, da nossa metade da laranja, segundo psicólogos pode ser considerado o maior objetivo do ser humano. Pois, a vida não tem como sentido, trabalho, estudo, dinheiro. Mas, encontrarmos uma pessoa com quem a gente se identifique, que nos deixe feliz em todos os sentidos, constitua família e corresponda aquilo que se espera.
Por isso, estar apaixonado é algo tão visível! O corpo começa a dar sinais de que o “amor já chegou ao coração”. A primeira alteração é no humor, logo, se estamos mais felizes a sensação que passamos é de bem estar. Porque encontrar alguém que faça parte da nossa vida é uma coisa boa. A relação com nós mesmos passa a ser melhor. A partir daí, o homem e a mulher se enxergam de uma forma positiva. Começam a se arrumar mais, se relacionar melhor com as pessoas ao redor. É... O amor realmente muda tudo!
O friozinho na barriga, a saudade dos apaixonados tem explicação. O frio na barriga é uma reação de expectativa de ansiedade. Será que vai dar certo? O que vai acontecer no encontro? Ou, o medo da perda, a angústia gera este sentimento de quando a pessoa está longe e esperamos o retorno.
Muita gente tem vergonha, ou acha bobagem, mas os apelidos, o jeito meigo de falar também faz parte da relação. Conversar como criança é mais observado na mulher, mas o homem também tende a ficar mais dócil, mais meloso. Quando se fala de amor, falamos de coisas boas que nos remete ao tempo de infância. Quando se fala em prazer novamente estamos brincando. E o prazer é gostoso, é como o brincar infantil. Por isso, quando estamos amando a gente se infantiliza, porque vivemos um momento de liberdade. No amor não há como ser racional, tentar levar um relacionamento sempre de uma maneira lógica e madura é conduzir o namoro ou casamento como um negócio. As pessoas muitas vezes têm medo de se entregar a um amor, com medo de se machucarem, ao sermos racionais não vivenciamos este sentimento. Não damos a oportunidade de curtir esta brincadeira saudável da melhor forma possível. Na realidade é melhor viver um grande amor ao máximo, mesmo correndo o risco de um dia ele acabar. A preocupação deve ser em vivê-lo da melhor maneira possível.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Droga, cresci!

Estava assistindo um canal de TV evangélica a tarde, o pastor falando da diferença da infância de hoje e de ontem. Num é que me encaixei na infância de ontem?! Ah... a década de 90, como ela foi linda, dos chicletes pequenos, dos "quisuques" que com um sachê pequeno faziam 2 litros de suco de groselha. Às vezes penso se as crianças do século XXI aproveitam tanto como eu. Subir no pé de manga, brincar de carrinho de rolemã, bandeirinha, queimada, boneca Barbie, até elas estão perdendo espaço para os brinquedos mais modernos. Meu maior sonho antes era a casa da Barbie, uma mesa da Xuxa. Agora as crianças nem sabem oque é isso, mal cresceram e já querem um Ipod ou Iped, um celular moderno... E sem me gabar, nossas músicas, aquilo sim eram músicas, Trem da Alegria, Balão Mágico, Chiquititas, eu queria ser uma Chiquitita. E como nos filmes americanos vendi limonada na porta de casa. Como cresci em cidade pequena sinto falta de sentar na ponta da fornalha da minha avó pra comer mingau de fubá. Depois meus primos e eu brincávamos com as lenhas rodando e ela gritava: “Menina se você ficar mexendo com isso vai fazer xixi na cama”. Mas que saudade!

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O danado do tempo

O tempo passou e as coisas parecem finalmente tomar o rumo certo. O calor de GV City já não é o mesmo, assim como a minha falta de paciência. É o tal “tudo acontece no seu tempo” ... isso realmente é verdade, bem que minha mãe, o padre, o pastor e o professor do maternal diziam.
Não que eu esteja ganhando rios de dinheiro sendo jornalista, não, nada disso. É só que, quando elas estão se encaixando, dinheiro passa não ter tanta importância. A satisfação pessoal fala mais alto! Deixei de ficar tão apavorada por causa do mercado entupido de profissional e estagiário, comecei a ver a quantidade de coisas boas que aconteceram até hoje. E daqui pra frente só conquistas, novidades, aprendizado!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Volta a faculdade

Nada mais chato do que falta do que fazer! Todos os dias acordo em horário relativamente cedo para uma ex estudante. Ah!!! Existe sim algo pior do que a falta do que fazer, ser uma ex - estudante!
Esta semana voltei à faculdade para pegar meu diploma, resolver papeladas. Depois que somos considerados adultos, grandes, pessoas graduadas, sem carteirinha para pagar meia no cinema, responsáveis pelo nosso próprio sustendo aparecem tantos papeis. Agora entendo o porque daquela pasta amarela que minha mãe guardava tudo. Até uma foto antiga do antigo presidente da república Fernando Collor de Melo.
Enfim, achei a faculdade diferente, suja. Não que fosse modelo de limpeza, mesmo porque eu fazia parte da parcela que morava em república e levava para casa alguns materiais de limpeza como, papel higiênico, desinfetante, sabão em pó, flanelinha, limpa gordura, e claro, o melhor e não menos necessário limpa vidros. Só achei estranha! Suja, diferente. Talvez saudosismo! A minha turma de comunicadores se comunicava tanto, falava tanto, comentava tudo de uma forma tão grande que talvez não desse tempo pra eu reparar como a faculdade realmente era! Porque uma outra coisa é fato, estudante de jornalismo sempre está cansado, tanto estágio ( época que você pode ter certeza que sempre haverá emprego) que a última coisa no mundo que vai reparar é a limpeza da faculdade ou da sua casa. Muito mais lucrativo e te rende menos stresse dentro da redação se um dia antes você reparar que o centro da cidade não tem limpeza e as lixeiras estão estragadas, que a Dona Maria do churrasquinho mora em uma rua sem calçamento e suja. Que uma empresa de água não abastece com frequência o bairro do menino que senta ao seu lado no fundo do ônibus, etc...
Acho que é isso!